“Sale loco de contento con su cargamento para la ciudad, ay, para la ciudad
Lleva en su pensamiento todo un mundo lleno de felicidad, si, de felicidad
Piensa en remediar la situación del hogar que és toda su ilusión, si”
Angélica era uma moça espanhola que morava na minha rua, seu corpo moreno, seus cabelos negros, seus olhos castanhos, sua vida espanhola, enfim, me encantavam. Me encantava seu jeito de vestir, seu jeito de andar, seu jeito de viver. Mas minha admiração era secreta, era infinita, mas discreta.
A glória da vida é o que se obtém pelo silêncio, melhor que as mulheres só o silêncio, melhor do que o silêncio só o João [Gilberto]. Acontece que eu sou baiano, acontece que ela não é, mas ela me deixa todo gamado, minha Nossa Senhora.
De repente era ela quem batia a minha porta, de repente eu estava arrumado e de repente me apaixonei, me apaixonei por Leila, Angélica, Nélida, me apaixonei pelas mulheres, mas me apaixonei, realmente, pelo biquini, pela tourada, pela escrita. Pela vida é que me apaixonei, por ela, por uma mulher, um adjetivo feminino, mais um. E a vida, ah, ela é linda, e ela tem um requebrado pro lado, minha Nossa Senhora, meu senhor São José.
E acontece que de repente eu me perdi, e me reencontrei. Tudo no mesmo parágrafo da mesma curta vida de poucas linhas, porque só aqui é que eu ganho vida, só aqui Angélia, Leila e Nélida ganham vida. Só aqui é que eu me apaixono.