Côncavo e Convexo
22.9.08 | Me odeie ou me adore aqui

Côncavo: Visões distorcidas, aumentadas exageradas, pânico em excesso, sociedade em degradação, o chaos, prefeito caos. Caos aéreo, caos letal, chaos mortal. Ensaios sobre cegueiras, sobre as formas contínuas de roubar a sua vida e você sem saber, e nada é igual a nada, porque você não vê nada, num breu branco, numa escuridão iluminada.

Convexo: Tudo é tudo nada é nada, e tudo descansa, tudo da forma que estava lá, nada acontece comigo e tudo de mal é para os outros, eu descanso na minha rede enquanto leio um livro piegas e romanticista sem uma pingo do que o mundo sofre, espero que minha hora chegue e fico lá, meus dias, longe de tudo, longe até de mim mesmo.

E aí que vem o plano: O limite entre a ordem e a turbulência, entre o que pode acontecer e o que não pode e côncavo e convexo se fundem e aí surge a nossa sociedade, cheia de lamúrios, onde o côncavo prevalece entre guerras e mortes. Todos temos inclinação para o mal, e quando, mesmo que seja para nos defender ou defender os outros, o fazemos sentimos leve satisfação, mesmo que imperceptível e é um vicio.

Apenas para mostrar que nossa sociaedade vive no limite entre a ordem e a turbulência, numa comparação entre côncavo e convexo, numa sociedade instável que pode ser abalada a qualquer instante pelo mais simples detalhe, e um efeito dominó extremante poderoso, é  o que surge.

 

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Criticando a Crítica
21.9.08 | Me odeie ou me adore aqui
Criticando os críticos de cinema - em especial José Wilker, do qual tenho especial aversão e também a Hector Babenco, mesmo achando-o engraçado nas matérias com o CQC - eu não sinto apenas aversão por seu trabalho, mas pela forma como massacram filmes que são relamente bons ou como glorificam filmes extremamente ruins, venho aqui para um protesto.
Critíco os críticos!

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Prólogo
20.9.08 | Me odeie ou me adore aqui
A espera. Como aquele sentimento tinha o incomodado todos aqueles anos. Mas era naquele dia que ele iria acabar com ela. Iria tomar uma iniciativa, afinal fazia anos que tentava dizer o que sentia, mas sua falta de coragem sempre o impedia.
 Entretanto, o dia chegara e lá estava ele, pronto para dizer tudo, tudo o que devia ter falado há três anos, quando descobriu tal sentimento.
E estava tudo pronto. As velas, a músicas, a mesa. O frango Catupiry estava no forno. Enquanto esperava ansioso, repensava tudo que diria.
De repente alguém bateu a porta.
‘É agora’, pensou consigo mesmo.
Abriu a porta e viu em sua frente a imagem quase celestial vestida sob um vestido vermelho-sangue, que ia até os seus joelhos. O vestido acentuava suas curvas, seus seios e todo o seu corpo. Seus cabelos ruivos que se destacavam sob a pele quase branca estavam presos em um coque.
— Olá – disse ela com sua voz doce e meiga que chegava como música aos ouvidos de Tom.
— Oi, entre, por favor – disse ele querendo ser gentil, porém meio atrapalhado. Não era só por sua beleza, mas pelo o que ele sentia por ela. E isso fazia ficar mais difícil a cada palavra.
Ela se dirigiu até o sofá e lá sentou, Tom sentou-se ao seu lado.
— Eu achei que seria uma festa, você deu a entender... – mas ela foi calada pelo dedo dele em sua boca.
Ela somente viu Tom se aproximar lentamente, e então sentiu os lábios dele contra os seus. Ela correspondeu o beijo. Nunca tinha sentido nada igual. Nunca sentiu algo igual ou sequer parecido com aquilo que sentiu ao beijar Tom. Ela estava confusa. Ela não sabia o que era isso, só sabia que queria mais e mais daquela sensação maravilhosa.
Seus lábios se afastaram e Tom começou a falar meio sem jeito:
— Sabe, eu deveria ter contado tudo o que eu sentia antes para você, mas é muito difícil pra mim. Foram coisas que aconteceram pra mim – ele parou um pouco, parecendo pensar em algo, mas foi interrompido pelos lábios quentes de Emma nos seus, formando um beijo caloroso, sensual que foi-se suavizando-se aos poucos.
— Eu precisei que você tomasse uma iniciativa. Para... Para eu ver o que eu realmente sentia por você. O que pensei que fosse só amizade é algo mais. Acho que quis esconder isso de mim mesma. Algumas vezes quando estava com você eu tinha desejos, de lhe beijar, lhe abraçar, de tê-lo. E agora eu posso. Eu senti algo diferente quando você me beijou. Algo que eu nunca senti antes, e, você tem de saber, que eu quero sentir isso muito, muito mais vezes.
Ela se saiu muito melhor que Tom em se declarar. Afinal ele tinha que pedir ela em namoro antes que ela escapasse entre seus dedos. Ele se lembrou do que tinha acontecido há anos atrás, mas que de forma ou outra ainda o machucava.

 Ele tinha 13 e estava na sétima série. Tinha alguns namoricos, nada muito sério, pois era popular e várias garotas queriam estar com ele.
 E foi quando ele a viu, era uma garota nova na escola, estava em seu primeiro dia de aula. Seu nome era Sophie. Ela foi o que alguns chamam de primeiro amor para Tom.
 Então três semanas depois eles começaram as sair juntos, ela era perfeita em tudo. Ela era tudo que alguém podia imaginar. 
 Eles namoraram por quatro anos. Então, um dia os amigos de Tom começaram a zombar dele por ele ainda não ter feito sexo com ninguém. Chegou a um ponto em que Tom não podia mais agüentar.
 Um dia convidou Sophie para ir a casa dele, seus pais tinham saído e eles estavam a sós. Ele levou as coisas além e aconteceu, em fim ou não. Naquela noite eles dormiram juntos.
Sophie ligou para Tom dizendo que ia viajar com os pais e ele disse que estava tudo bem. Mais ou menos uma hora depois ligaram pra Tom dizendo que o carro em que Sophie estava tinha batido contar uma árvore. E todos os que estavam no carro haviam morrido.
 Como se não bastasse semanas depois quando eles examinaram os corpos descobriram que Sophie estava com alguns dias de gravidez e isso foi a gota d’água para Tom. Ele chorou por semanas e nunca conseguira se recuperar.

Mas hoje tudo aquilo tinha acabado, ele tinha novamente a garota que ele queria. E seria com ela que ele casaria, teria filhos e morreria. Ele tinha conseguido a sua garota e agora estava prestes a pedi-la em casamento.
— Eu te amo – ele disse muito devagar, nem se lembrava da última vez que tinha proferido aquelas três palavras – E eu quero passar o resto dos meus dias com você. Tudo depende de você. Você aceita se casar comigo?
— Eu aceitaria – ela parou um pouco, vendo a cara dela de confusão, tentou explicar – Eu só quero ir com calma, sabe. Temos de começar um namoro e depois de alguns meses noivamos, então daí nós poderemos nos casar. Não fique triste, eu quero sim passar o resto da minha vida com você, só preciso de um tempo para me acostumar.
— Ok, eu entendo, agora eu vejo que eu também posso precisar...
Emma enrugou o nariz, como se estivesse sentindo algum cheiro. Tom tentou sentir o tal cheiro, mas o máximo que conseguia sentir era o cheiro do incenso, que o deixava enjoado.
— Que cheiro é esse? – perguntou Emma
Tom se levantou e agora podia sentir claramente o cheiro de queimado que vinha da cozinha. Pensou um pouco e percebeu que era o frango Catupiry que estava queimando.
— É o frango – disse Tom correndo para a cozinha.
Ela o seguiu, porém parou no batente da porta, apreciando-o, vendo que ela era dela agora. Ah! Como ela o queria.

“Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim”

— Bom, acho que teremos que pedir uma pizza... – disse ele mostrando o que alguma vez fora um frango Catupiry.
— Não, não precisa – ela estava começando o que ela queria – Hoje o jantar vai ser você...
Emma deu um sorriso maldoso ao ver que ele estava ficando vermelho. Foi até ele, puxando-o pela gola da camisa até a sala. Sentou ele no sofá e sentou-se sobre ele, dando-lhe um beijo caloroso.
Ela estava com pressa por aquilo. Começou a abrir os botões da camisa dele. Ela acariciava o que agora era seu, seu e de mais ninguém. Como ela queria aquilo, para agora e para a eternidade, mas ela pensou que ele seria mais interessante em um quarto.
Tom estava sem camisa e Emma lhe acariciava o peito nu, ele também a queria, como queria. Afinal, ele esperava por esse momento fazia três anos. Começou a abrir o seu vestido, mas sentiu a mão dela sobre a dele e parou. Seus lábios se desenroscaram e eles se olharam ofegantes, com os lábios inchados.
— Só no quarto.

Ela saiu de cima dele e se dirigiu ao quarto. 
Tom apagou a luz e foi até ela.

“Ah! Se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito muito que te quero
E como é sincero o meu amor eu
sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar a essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então

Serei feliz, bem feliz.”

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P.S.: Prévia de antigo projeto, apreciem!



To Love
8.9.08 | Me odeie ou me adore aqui

Meu maior erro foi amar. Amar alguém que não me amou, amar alguém que sequer olhou para mim com amor, amar alguém que sempre me desprezou e me atirou na lama, meu erro foi ter casado com essa pessoa e continuar vivendo com ela, a cada dia o meu amor por ele se torna mais fraco, porque a cada dia sinto cada vez mais que ele nunca me amou e nunca vai me amar, nem que eu implore ele nem vai chegar a pensar nisso, e eu vou levando, casada com uma pessoa que não me ama, só me quer por causa de um corpo bonito, por algo engraçado ou até mesmo por sexo, por zagacidade, por egoísmo. Meu erro é esse e não há remediação.



— Hey, Johanna, eu voltei.

— Olá, querido, como foi a reunião?

Apesar de tudo, apesar de saber que ele não me amava, eu era uma esposa atenciosa, eu era uma esposa atenciosa, eu era uma mulher que acreditava nele, que acreditava nos seus ideais, mesmo sabendo que não me amava.

— Foi bem, foi ótima, na verdade, vamos comemorar hoje à noite?

— Claro, claro, querido, depois podemos voltar e fazer umas coisinhas – faz de conta, um tremendo, absurdo e insano faz de conta.

Mas, pra ser sincera, não esperava dele nada além de alguns beijos sem paixão. Eu não esperava um dia tê-lo como meu amante, como alguém que realmente me amasse, não, eu não esperava mesmo, quem sabe um dia acreditei nisso, nesse surrealismo fracassado, acreditei em lembranças do futuro que a gente chegou a merecer. Mas agora estava tudo destruído e mortal, imóvel, as duas pessoas que estavam em rota de colisão pararam, suas vidas se distanciaram, um uma ficou absurdamente longe da outra, o amor não parecia passar por nós dois com um casal. Por mais dolorido que fosse eu tinha que admitir que ele era meu ponto fraco, quem sabe o mais fraco de todos, talvez ele fosse o que me tornava inútil e triste.

E nossas noites eram tristes, quando havia sexo nelas eram tristes, nojentas e realmente bestas. Dois, apenas nós dois em uma cama king de casal, com um quadro de Marylin Monroe na cabeceira, paredes pintadas de preto e branco e a estrutura de uma noite, porém apenas dois corpos ali, os pensamentos, os sentimentos e os prazeres, não, isso com certeza não se encaixava ali.

Por mais que doesse saber que ele saia com prostitutas eu apenas deixava acontecer, deixava passar, porque eu nem se quer me importava com a vida sexual dele, eu me casei com um homem a quem amava totalmente, mas que o tempo provou que não deveria, e agora estava pagando o preço.

5 anos depois

Uma mulher ouve som muito alto, realmente alto, o dono do hotel onde ela está hospedada bate na porta do seu quarto, ela atende apenas com uma lingerie rosa e um sutiã da mesma cor, quase transparentes. Fica ali, encostada no batente da porta, o dono do hotel fica de boca aberta, mas com toda educação pede que ela abaixe o volume de seu som, pois haviam hóspedes tentando dormir, ela baixa o volume mas retorna ao quarto com se houvesse levado um chute na cara e fecha a porta para o dono do hotel. Senta-se no chão, parecendo a mulher mais triste e abandonada que existe em todo o mundo, ela não conseguiu suportar a situação, fugiu de casa enquanto seu marido dormia e ficava hospeda em hotéis por todo o país parando de cidade em cidade, bebendo, fumando e se drogando, para ver se esquecia os dez anos de sua vida casada com um homem que sempre amou, mas pelo qual nunca foi amada, tentando esquecer que tudo não passou de um erro, um grande erro.

Exaltava-se, gritava impropérios, como a vida era cruel, como amava um homem que nunca a amou, e se xingava só, e se amava só, e se odiava só, e estava ficando louca, doente, enfim estava morrendo, na verdade estava se matando, lentamente, o fim estava próximo.



Era 16 de setembro de 1955, já tinha saído do outro hotel, e estava agora no Texas, num local perto de um deserto, foi comprar crack, heroína e cocaína, as três drogas que consumia e voltou para o hotel espalhou-as pelo e as consumiu. Bebeu Johnnie Walker 12 anos enquanto lia Rolling Stone. E fumou Marlboro sem filtro, sentou para, como fazia todas as noites, lamentar, gritar e ouvir música alta, só que desta vez foi demais para ela.

Outro dono de hotel vinha reclamar do som, bateu várias e várias vezes e como não obteve resposta arrombou a porta, encontrou um corpo frágil e triste, com marcas de seus exageros, apenas com as roupas de baixo, com uma garrafa de Whisky quebrada ao seu lado pela queda. Pegou-a e levou-a para o hospital mais próximo, levou, também, sua carteira com a qual puderam identificá-la e chamar seu marido.

Johanna acordou:

— George, é você? Que bom revê-lo, eu estava com saudades, mas, George, preciso contar algo antes de ir, porque eu estou morrendo e você sabe disso, espero que compreenda, por favor.

George me olhou como um pai olha para um filho que acaba de inventar algo e me disse em alto e bom som, só para ferir meu sentimento:

— Volte a dormir mulher, você está bêbada, não está em sã consciência para dizer isso.

— Eu vou te dizer que te amo com todo meu coração, dizer que sempre te amei e você me diz que eu estou bêbada e que deveria voltar a dormir? VAI A MERDA, George, quando você vai aprender a me amar de verdade, e parar de ser grosseiro comigo, hein?

Soltei o soro do hospital e todas aquelas máquinas que me prendiam ali e pulei da cama, saí correndo pelo hospital, procurando a saída, pra poder fugir dali, não queria nunca mais ver a cara de George. Os enfermeiros saíram correndo atrás de mim, eu estava perdida, corri, corri sem saber para onde, só queria fugir dali, então veio uma sensação de estar perdendo as forças, eu não queria, eu tinha que fugir, caí no chão frio de duro do hospital, minhas costas arfaram, eles me alcançaram, tudo fiou escuro de repente...

— Nunca mais fuja de mim, entendeu? Nunca mais, por favor – estas duas últimas palavras pareceram forçadas, principalmente vindo da boca de quem estavam vindo, vindas de George, principalmente porque George não era um home acostumado a ser um cavalheiro, George era rude, quase que todas as vezes que falava comigo, pediu com educação apenas pela minha crise de histerismo alguns momentos antes.

— Tentando ser educado, hein? George, o que eu queria realmente era que você me amasse de verdade, me respeitasse o tempo todo, não só nesse hospital imundo, não só nesse maldito faz de conta. É por isso que fugi, porque não agüentava mais esse faz de conta, não agüentava mais você, George, e agora eu sei, agora eu sinto apenas ódio de você, todo meu amor se esvaiu, se foi. Tudo acaba aqui George, tudo acaba depois de 10 anos de um casamento fajuto e nojento, cheio de malícia, e sem pudor algum. Adeus George, adeus a você e ao meu amor.

— Não, por favor, não diga isso Johanna, você sabe que eu te amei e que sempre vou te amar, por favor, Johanna, eu ainda te quero, eu ainda te desejo...

— Mas não pode me provar isso, nada pode me provar isso, porque eu sei que jamais me amou, sei que tudo isso não passa de uma mentira inventada por você sua grande imaginação, você acha que eu não sei que sai com prostitutas, que me trai, pois é eu sei, e por todos esse 10 anos eu fiquei quieta, mas agora chega George, acabou.

— Johanna, não vou dizer que está errada, mas eu te amo, agora eu te amo e se você não acredita não sou eu quem vai mudar isso, até mais ver, eu te amo.

George deixou uma rosa sobre mim e saiu do quarto, eu desabei no choro sem saber quando ia parar, pois sabia que uma sessão de choro não mudava nada, mas deixava a aceitação delas bem melhor, eu não queria lembrar-me de que nunca mais veria o homem que mais amei na minha vida toda, eu não queria nem saber.

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Sendo Sincero
5.9.08 | Me odeie ou me adore aqui
Sendo sincero
Já esperei demais
Contrui muros e grades
Envolta de meu coração
E acabei por blindá-lo

Meu coração é blindado
A prova de amor
De carinho
Mas também
De paz

Atormentado,
Dia e noite,
Por um erro assim tão vulgar,
O erro de negar
O erro de não querer amar

Espero que me perdoem,
Pois não perdi a calma
E porque fui sincero demais

Espero que o triste fim
Seja apenas um começo
E que o começo seja um triste fim

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Terra de Gigantes
3.9.08 | Me odeie ou me adore aqui
E lá estava ele sentado, as calças jeans claras contrastavam com a grama molhada e escura, olhava para o alto, para a imensidão das estralas, no infinito, pensava em sua mãe.

Hey mãe! Eu tenho uma guitarra elétrica
Durante muito tempo isso foi tudo que eu queria ter
Mas, hey mãe! Alguma coisa ficou pra trás
Antigamente eu sabia exatamente o que fazer


Sua mãe sumira quando ele tinha 2 anos de idade, fora criado por um pai bêbado e desiludido, um pai que, na verdade, nunca ligou pra ele, bebia muito, saia com muitas mulheres, muitas prostitutas. Um dia ele se cansou, saiu de casa, criou uma banda.

Hey mãe!Tem uns amigos tocando comigo
Eles são legais, além do mais,
Não querem nem saber
Que agora, lá fora,
Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas de qualquer lugar


Ele tinha ido para São Paulo, a cidade do progresso, do futuro, onde ele esperava encontrar um caminho para a vida, para sua banda. Lá, na terra de gigantes.

Nessa terra de gigantes
Que trocam vidas por diamantes
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes


E, bem, sabe-se lá quando, ele desistiu, aquilo estava cansativo, grudento, chato, desistiu de sua banda , de suas idéias, sentado ali, naquele campo já achava tudo aquilo muito idiota, derramou uma lágrima, por sua mãe.

Hey mãe!Eu Já não esquento a cabeça
Durante muito tempo isso foi Só o que eu podia fazer
Mas, hey mãe! Por mais que a gente cresça
Há sempre alguma coisa que a gente Não consegue entender


Fugiu de suas obrigações idiotas, para com todos, fugiu, algum tempo depois de sumir contratou um amigo seu da “maracutaia” para que ajudasse a achar sua mãe, pois sentia falta de alguém para consolá-lo, para estar ao seu lado.

Por isso mãe! Só me acorda quando o sol tiver se posto
Eu não quero ver meu rosto Antes de anoitecer
Pois agora lá fora Todo mundo é uma ilha
A milhas e milhas e milhas...


Veio a noticia, sua mãe estava morta, enterrada em um campo perto dali, ele foi em seu carro até lá e parou no nada, no meio do campo, sentou-se lá e ficou vendo estrelas.
Nessa terra de gigantes
Que trocam vidas por diamantes
A juventude é uma banda
Numa propaganda de refrigerantes 



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Mimesmo
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice L.

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