Ainda somos os mesmos
9.10.08 |
Me odeie ou me adore aqui
Elis Regina antes de tudo foi uma mulher.
Elis era gaúcha, isso me faz pensar nela como uma verdadeira compatriota, não como as pessoas dos outros estados do Brasil, não, como uma real compatriota, como uma gaúcha.
Elis era uma mulher, mas uma mulher de fibra, de coragem, de canto. Uma mulher que sabia qual era o seu lugar, que era no palco, encantando multidões e virando a melhor de todas, Elis era o retrato do futuro, impresso no passado. Era uma mãe, era uma mãe carinhosa, uma mãe como deve ser toda mãe, atenciosa.
Elis era linda, leve e louca.
Morreu. Morreu só, num quarto de sua casa, drogada e alcoolizada. Morreu desmoralizada, por si mesma, mas mesmo assim não foi esquecida por todos, foi lembrda, pelos milhares que foram ao seu velório e depois enterro.
Elis Regina gravou mais de 100 discos em vida e mais tantos foram lançados após sua morte, ela a moça que veio do Rio Grande do Sul para o Rio sem saber nada sobre a grande capital, se tornou a grande estrela daquele local, depois de São Paulo, Elis foi a mulher do Brasil, depois de sua morte há um vazio na cultura, a um vazio de cultura, o Brasil parece estar viúvo, sem um par, só. Elis ficava no seu lugar de esposa cantando, sorrindo, sintetizando sentimentos e acontecimentos, como na anistia, com o Bêbado e o Equlibrista, um de seus maiores sucessos, senão o maior. Elis Regina era uma mulher de lugar, de peso. Ela sim, ela era.
Ela era uma dos poucos que já foram, e não, não era um dos muitos que nunca serão.
E como diria Elis:
"Ainda somos os mesmos e vivemos..."
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