Uns dez milhões de vezes
22.4.10 | Me odeie ou me adore aqui

Começo
a me perguntar
se não fiz tudo errado
mas realmente (realmente)
errado, se
não errei ao dizer
que tudo era lindo
que eu te amava de verdade
acho que errei
e errei feio
em lhe dizer
"baby, eu te amo"
uns dez milhões de vezes
acho que errei
em lhe amar,
em primeiro lugar
isso fez de mim
mais estúpido do que já era
mais sem sentido
lhe amar foi um erro
desses que ficam marcados (para sempre)
sei que você não acredita
em mim, não agora
que me odeia
e não entendo o porque,
me odeia sem razão.
Principalmente agora
você não acreditaria
se eu dissesse
"baby, eu te amo"
mais uns dez milhões de vezes
e ficasse mais estúpido
e lhe amasse mais
você simplismente
não acreditaria no meu amor (profundo)
como não acredita agora
e isso machuca, baby,
machuca demais.
Agora que sei que já tens novo amor
acaba de me ocorrer que lhe amo ainda mais (lhe amo com ciúme)
acabo.


Musa coroada ou velho concretismo
12.4.10 | Me odeie ou me adore aqui
"Vão antecipados estes trechos:
já tem sua deusa coroada."
Leandro Díaz

ver o verde
vermelho
versão
ver você
musa coroada
linda, santa
carne e pão

qual o teu nome
sobrenome
condinome
apelido
quem és tu,
musa coroada?

para ti o poema é
concreto
do velho concretismo que vi
aprendi com ferreira gullar

te espero
espeto
esqueço
inqueto
tu vens,
musa coroada
para ser só minha
como o poema

para ser vista
dita
olhada
falada
para ser
nada mais que
minha
musa coroada.



Resta
5.4.10 | Me odeie ou me adore aqui
Resta comigo tudo aquilo que já foi
Resta comigo toda tarde de sol que já vivi
Resta comigo cada lembrança de um tempo que não voltará
De uma luz que não se acenderá

Fica aqui
Guardado
Um cacho do teu cabelo louro
Um retrato teu
Um vestido

Resta comigo meu sorriso bobo
A minha mania de piadista
Resta no meu peito uma restia do amor que cultivei por ti
Resta todo momento inesquecível
Todo beijo, todo sexo
Resta cada coisa relevante
Resta cada por-do-sol
Resta a tua parte que ficou em mim
Resta a minha solidão
Resta eu.

Rest in peace.
Love.


Pequenos Fatos ou Fatos Conhecidos que Eu Quis Reafirmar
24.3.10 | Me odeie ou me adore aqui
1
se fôssemos os outros
seriamos mais nós mesmos
do que somos

2
se realmente
vivêssemos
não
morreríamos

3
assim como o livre arbítrio
a eternidade
é uma ilusão

4
se eu fosse brecht
tu serias
mario quintana

5
o fim é uma
unanimidade
necessária à
tudo


O poeta
15.3.10 | Me odeie ou me adore aqui
Poeta não escreve
Poeta ama o que escreve
Sente o que escreve
É o que escreve

Poeta que é poeta
Não pensa em livro
Não pensa em estética
Só pensa livre
Pensa poeta

E faz poemas da mais fina estampa
Do mais fino gosto
Mesmo sendo livre
E não o oposto


Quero ser Bertold Brecht
| Me odeie ou me adore aqui

Eu quero ser alguém
Não um Picasso, um Renoir
Quero ser Brecht

O rei das palavras
O poeta dos poetas
Bert Brecht

Gosto dele infinitamente mais
do que tantos outros - só não mais que o poetinha
Poetiso querendo ser Brecht

E vou poetisando
Tentando ser o rei
Brecht
Tentando ser mais eu do que ninguém foi


Por mais pequeno e inútil que seja
| Me odeie ou me adore aqui
Amo
Não assim como todos os outro fazem
Eu amo
Realmente e se não fosse tão devastador
Amaria mais
Seria mais próximo de mim mesmo
e todos que amo
Sendo que aqueles que amo
Não amam em retorno
Então amo só
E continuo
Amando só, só eu
Sigo nessa estrada tortuosa
A estrada da dor
Do amo
Porque eu, por mais pequeno e inútil que seja
Amo.


Voltar
11.3.10 | Me odeie ou me adore aqui
Eu sinto sua falta
Eu ainda penso em você
E na falta que você faz aqui
Ao meu lado
Sempre.

Essa escrita é pra fazê-la lembrar de mim
Que nós sempre teremos Paris
Que eu sempre lhe amarei
Que nada acabou
E tudo pode voltar ao começo

Relembrar das tarde que passamos juntos
Relembrar dos pores-do-sol que vimos por aí
Relembrar eu e você
Como um poema

E voltar
Voltar a tudo como era antes.


Poema sobre o Poema (Parte 2)
17.1.10 | Me odeie ou me adore aqui
Continuação alternativa para "Poema sobre o Poema":

Um fim que tem menos sentido
Que o poema vazio
Um armageddon decepcionante
Para um poema que prometia tanto
Fim com versos graúdos
Sem sentido algum na escrita
Fim cheio de meias voltas
Cheio de idas e vindas
Entre passagens subterrâneas do próprio peito
Fim que para mim não é
Já o poema é
Fim que é um fim
Fim.


Poema Sobre o Poema (Parte 1)
| Me odeie ou me adore aqui
Não tem nada comigo.
É apenas um poema vazio
Sem rima
Feito para encher página de caderno
Feito para ser enfeite
Poema que é poema vago
Disperso
Poema sem sentido
Que não é bom e nem é ruim
Apenas é.
E ser não significa tanto
Significa?
Não no poema
Não PARA o poema
O poema oco que fala muito
Poema toco que é caule
Desrimado, desvairado
Poemaa sobre o poema
Que não fala nada
Apenas enrola
Até onde o leitor gostar de ler
E ele lê, avido por sentido
Não encontra sentido
Só encontra um fim
Um fim que é meio
Descabido?


Mimesmo
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice L.

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